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Olá, como vai? Dando continuidade a nossa série sobre as áreas de conhecimento do Guia PMBOK®, hoje vamos falar sobre o gerenciamento dos riscos nos projetos. Por definição risco é um evento ou condição incerta que, se ocorrer, provocará um efeito positivo ou negativo em um ou mais objetivos do projeto como escopo, cronograma, custo e qualidade.

Por evento ou condição incerta podemos entender como sendo as causas que podem provocar um determinado risco e o efeito é o impacto que o risco pode causar no projeto. Caso o impacto ou efeito seja negativo, causando problemas no escopo, custos adicionais, atrasos ou defeitos de qualidade, chamamos o risco de ameaça. Por outro lado, alguns eventos incertos podem ser benéficos ao projeto. Nesse caso chamamos de oportunidade.

Leia mais no artigo “Gestão de projetos – Como descomplicar para obter melhores resultados”.

Os riscos podem representar oportunidades ou ameaças.

A gestão de riscos com o plano de resposta aos riscos visa maximizar as chances de uma oportunidade acontecer e aproveitar ao máximo seus benefícios e, ao mesmo tempo, reduzir as chances de uma ameaça prejudicar o projeto ou minimizar o impacto caso aconteça. Para que isso dê certo é preciso entender o risco. Em meu post “Descomplique sua gestão de riscos e obtenha melhores resultados com seus projetos” apresentei os três componentes de um risco. O que pode sair diferente do planejado que é o risco propriamente dito, representando a ameaça ou oportunidade ao projeto, a probabilidade do risco acontecer e o impacto, caso ele ocorra. A probabilidade deve ser avaliada em relação à possível causa, ou causas, que podem provocar a ocorrência do risco. Já o impacto deve ser avaliado sobre os desvios que o risco pode ocasionar ao projeto, caso ele ocorra. Embora muitas literaturas tratem os impactos sobre diferentes objetivos do projeto como escopo, prazo, custo e qualidade, na prática tudo acaba caindo no prazo e custo, traduzidos em forma de reservas, pois o projeto não pode entregar escopo a menos ou problemas de qualidade só por que um risco aconteceu.

Na prática todo impacto acaba em prazos e

custos adicionais em forma de reservas.

A gestão de riscos é muito importante para qualquer projeto, pois raramente as coisas sairão conforme o planejado. Costumo dizer que os projetos nascem para dar errado, nos é que devemos mover todos os esforços para que ele dê certo. Ricardo Vargas já mencionou várias vezes o princípio de entropia nos projetos. Por este princípio, as coisas (e os projetos também) se desorganizam sozinhos. Uma casa, um escritório ou um projeto caminham sempre para o caos, por isso um bom plano de resposta aos riscos pode fazer a diferença entre o sucesso e o fracasso.

Um bom plano de resposta aos riscos pode ser

a diferença entre o sucesso e o fracasso

Na 6ª Edição do Guia PMBOK® o processo “Controlar os Riscos” passa a ser “Monitorar os Riscos”, já que os riscos não são variáveis que podem ser controladas pelo gestor e sua equipe, mas devem ser monitoradas e gerenciadas, colocando-se em prática o quanto antes as respostas planejadas. Para tanto, foi incluído o processo “Implementar Respostas aos Riscos” na etapa de execução do projeto. Essa mudança, embora sutil e aparentemente burocrática, é muito importante. Vi muitas vezes organizações maduras e gerentes de projeto habilidosos executando uma excelente análise de riscos na etapa de planejamento que se perdia na execução, simplesmente por virar mais um documento no extenso plano de projeto. Agora, com este processo de uso contínuo (mais uma novidade da nova edição), os eventos de risco passam a ser monitorados constantemente, propiciando respostas mais rápidas e, portanto, mais eficazes. Essas e outras mudanças você pode encontrar em meu post “O que esperar do Guia PMBOK® 6ª Edição”.

Os processos do Guia PMBOK® 6ª Edição dedicados ao gerenciamento dos riscos do projeto são:

• Planejar o Gerenciamento dos Riscos, que define como as atividades de gerenciamento dos riscos do projeto serão conduzidas.
• Identificar os Riscos, que determina quais riscos podem afetar o projeto e documenta suas características.
• Realizar a Análise Qualitativa dos Riscos, que promove a priorização dos riscos através da avaliação da probabilidade e impacto de cada um.
• Realizar a Análise Quantitativa dos Riscos, que avalia o efeito dos principais riscos nos objetivos do projeto.
• Planejar Resposta aos Riscos, que desenvolve o plano de ação para aumentar as oportunidades ou reduzir as ameaças aos objetivos do projeto.
• Monitorar os Riscos, processo de uso contínuo que busca uma vigilância constante dos eventos geradores de riscos, visando identificar o quanto antes qualquer sinal de sua ocorrência.
• Implantar Resposta aos Riscos, mais um processo de uso contínuo que visa uma ação imediata para qualquer evento gerador identificado no monitoramento, agindo o quanto antes para minimizar os efeitos de uma ameaça ou maximizar os efeitos de uma oportunidade.

Uma das coisas mais importantes na gestão de riscos, além de saber planejar, identificar, analisar, planejar a resposta, monitorar e atuar sobre os eventos incertos, é entender o perfil de risco de cada organização e principais interessados. Se para uma empresa conservadora um determinado risco é inaceitável, para outra mais arrojada, o mesmo risco com a mesma probabilidade e impacto pode ser aceitável ou até mesmo desejável, considerando que muitas vezes riscos maiores são associados a recompensas maiores. É preciso entender o limite de risco para cada organização, grupo de interessados ou ocasião.

Como você gerencia os riscos dos seus projetos? Divida com agente suas experiências e como se você tem tido sucesso nos seus projetos através de um bom plano de resposta aos riscos. Comente no espaço abaixo e clique em “Publicar também no Facebook” para compartilhar esse assunto com um número maior de colegas.

Bons Projetos!

Paulo Mei

PS.: e caso ainda não tenha lido os posts anteriores desta série sobre cada uma das áreas de conhecimento do Guia PMBOK^®, Acesse pelos links abaixo:

A gestão de escopo é o caminho para o sucesso dos seus projetos.

Gestão de Tempo ou Cronograma?

Gestão de custos. O que é importante saber?

Gestão da qualidade. O que é essencial para os projetos?

Gestão dos recursos. Muito mais do que gerenciar pessoas.

Gestão das Comunicações. Integrando as diferentes partes interessadas do projeto.

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