Adaptabilidade – Gestão Darwiniana de Projetos

Adaptabilidade
Compartilhar!

A Adaptabilidade é normalmente relacionada à capacidade de se adequar a diferentes situações, sobreviver à adversidades e evoluir com isso.

No ambiente corporativo é relacionada à capacidade de acompanhar as constantes mudanças, com a evolução dos colaboradores, processos e produtos.

Na gestão de projetos vem sendo cada vez mais a capacidade de lidar com diferentes tipos de projetos utilizando diferentes métodos ou ferramentas.

 

 

A evolução das espécies

Charles Darwin publicou em 1859 o livro “Origem das Espécies” com a ideia de que as espécies evoluem. Assim, sofrem modificações ao longo do tempo e transmitem as novas características aos seus descendentes. Essa teoria, embora questionada por alguns estudiosos é aceita até hoje, mesmo com todas as descobertas modernas.

Com sua publicação no século retrasado, Darwin defendeu a ideia de que os seres vivos, inclusive o homem, descendem de ancestrais comuns, que se modificaram ao longo do tempo. Essas mudanças teriam acontecido por conta da seleção natural onde os seres mais adaptados, e não necessariamente os mais fortes, sobreviviam. Então, esses sobreviventes adaptados geravam ao longo do tempo, em uma longa escala histórica, descendentes que passavam sucessivamente por novas evoluções.

Adaptabilidade da gestão

Adaptabilidade da gestão

Em uma palestra que fiz no 2º CONAGP sobre gestão na Industria 4.0 falei sobre a importância da resiliência no ambiente corporativo. Apesar de possuir vários significados e interpretações, resiliência corporativa é a capacidade de se adaptar às mudanças.

COMPRE O CONVITE PARA O 3º CONAGP COM UM DESCONTO IMPERDÍVEL

Avaliando as constantes evoluções desde a primeira revolução industrial até hoje, dá para entender como a capacidade adaptativa é importante. E as mudanças não se restringiram ao chão de fábrica, como na primeira e na segunda revolução industrial. Nos últimos anos a evolução dos processos administrativos foi fundamental para sustentar a informatização e finalmente a inteligência artificial. Como resultado, com a expansão dos negócios para o comércio e serviços, as evoluções acabaram refletindo em todo tipo de ambiente gerencial.

Com todo esse movimento evolutivo, novos modelos gerenciais ou técnicas de gestão foram lançadas e novos padrões de liderança surgiram. É bem verdade que houve também muito modismo e muitas teorias pouco fundamentadas que geraram mais desperdício do que evolução. Mas isso faz parte da tentativa e erro e da seleção natural que fez com que apenas os modelos de excelência sobrevivessem.

 




QUER RECEBER AVISOS SOBRE OUTROS CONTEÚDOS COMO ESTE?

Então faça como mais de 3.500 pessoas que assim como você querem se informar para ter sucesso nos projetos e negócios.



 

Adaptabilidade e a evolução da gestão de projetos

Também a gestão de projetos evoluiu com as novas demandas organizacionais. Os projetos sempre existiram na história da humanidade, basta avaliar a construção de uma pirâmide. Mas as teorias para sua gestão são muito recentes, passando a ser registradas a partir de meados do século passado. Entretanto, os contornos que observamos hoje com metodologias, processos e ferramentas, começaram a surgir mais fortemente nos últimos 50 anos.

Essa é a idade do PMI, que participou fortemente da transformação da gestão de projetos em uma área da administração. Outras entidades surgiram com o tempo e novas tendências e metodologias foram lançadas. O próprio PMI evoluiu seu conjunto de melhores práticas para abranger outras necessidades dos projetos e das organizações.

Nos últimos anos uma verdadeira guerra foi travada entre duas importantes vertentes resultantes da evolução da gestão de projetos. Isso aconteceu devido a proliferação dos projetos de tecnologia, principalmente desenvolvimento de softwares, para atender as novas demandas organizacionais. Estou me referindo à disputa entre os Tradicionalistas, que seguem as melhores práticas do PMI, e os Agilistas, que seguem os princípios ágeis publicados em 2001.

Ágil ou Waterfall

Ágil ou Waterfall

O termo tradicionalista, se entendido como alguém apegado às tradições, não faz jus aos adeptos do PMBOK®. Por exemplo, o livro de conhecimento em gestão de projetos do PMI passou por inúmeras evoluções desde a sua criação.

Da mesma forma, o termo agilista, se compreendido como alguém que possa realizar um projeto mais rapidamente, não condiz com o verdadeiro significado desse modelo.

Como expliquei em meu artigo “Agile ou Waterfall, qual o melhor?” cada tipo de projeto demanda uma metodologia e um conjunto de práticas diferentes. Assim, todas as metodologias, baseadas nos conceitos ágeis ou waterfall, têm sua aplicação para diferentes casos.

As metodologias derivadas do waterfall começam com escopo e requisitos mais bem definidos e possuem maior custo de mudanças. Então, são melhores para projetos com baixa incerteza e soluções já conhecidas.

Entretanto, as metodologias derivadas do Agile definem o escopo e os requisitos a cada iteração, facilitando com isso as mudanças. As novas ideias são incorporadas facilmente, sendo melhor aplicáveis para projetos com alto grau de incerteza.

Todas metodologias apresentam vantagens e desvantagens, mas o maior prejuízo se dá justamente pela escolha errada. Cada tipo de projeto deve ter uma metodologia adaptada, com a aplicação da ferramenta certa para cada necessidade.

Adaptabilidade ou modelos híbridos?

Compreender as diferentes metodologias já seria suficiente para escolher entre uma ou outra, conforme a necessidade, em função dos resultados. Porém os projetos também evoluem e exigem cada vez mais métodos, técnicas e ferramentas adaptadas à nova realidade. O perfil dos projetos de hoje não demandam apenas modelos ágeis em alguns casos ou waterfall em outros. A complexidade fez com que características de cada um dos modelos passassem a coexistir, dando origem aos modelos híbridos.

No artigo “Ser puro não significa necessariamente ser melhor” abordei o valor da pureza e das misturas em diferentes contextos. Algumas coisas adquirem valor justamente por sua pureza, como os diamantes. Já outras atingem a perfeição justamente por conta das misturas, como perfumes, whiskys e chás.

Mas a principal provocação neste artigo é quando afirmo que se você acha que o waterfall é insubstituível, ou que o Agile é quem resolve todos os problemas, de qualquer forma você está errado.

O futuro da gestão de projetos já começou

Os diferentes métodos se fundiram, com o passar do tempo, em modelos híbridos, adaptados aos novos projetos. Mas esse termo deve desaparecer em pouco tempo, eu diria em meses ou no máximo em dois ou três anos. Em breve não iremos nem lembrar que algum dia waterfall ou agile coexistiram separadamente. Tudo irá girar em torno dos objetivos e a ferramenta utilizada será aquela mais apropriada para cada atividade ou entrega.

Mas o que não se pode perder é a essência da gestão de um modo geral e que faz parte também da gestão de projetos. O sucesso na obtenção de resultados depende das boas práticas para tratar dois importantes aspectos de um empreendimento. O lado Formal, com método e Organização. E o lado Social, com relacionamento e comunicação.

O lado formal está relacionado a tudo que falamos até agora com a fusão dos modelos tradicionais e ágeis. Também as organizações devem se transformar, passando a ter estruturas mais flexíveis e adaptáveis.

Mas a principal mudança deve acontecer mesmo nas pessoas. O lado social da gestão será cada vez mais preponderante, mostrando a real importância dos relacionamentos e da comunicação. Esses aspectos já vêm sendo tratados há tempos por diferentes linhas gerenciais, mas a dimensão que irão tomar fará surgir um novo tipo de profissional.

Assim, é muito importante pensar em cursos e treinamentos que extrapolem técnicas e ferramentas para se aprofundarem também nos aspectos humanos da gestão.

Os melhores profissionais serão aqueles com melhor repertório gerencial, com habilidades técnicas e humanas, ou seja, os mais adaptáveis.

 

 

Agora quero saber sua opinião

O que você vem estudando nos últimos tempos? Está se preparando para a era da adaptabilidade?

E sua organização? Está mudando as estruturas gerenciais para os novos modelos flexíveis e com alta interatividade?

Participe desta discussão deixando seu comentário e compartilhando suas experiências com nossa comunidade.

Bons Projetos e bons negócios!

Paulo Mei

Compartilhar!

Deixe aqui seu comentário com uma conta Facebook ou logo abaixo, com uma conta de e-mail:

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Gostou deste artigo? Compartilhe com seus amigos

Youtube
LinkedIn
Share
Instagram
//]]>