O que são externalidades e qual a relação com projetos e negócios

Externalidades simbolizadas pela queda dos dominós interrompida por uma mão
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Externalidades são efeitos indiretos que os projetos ou organizações podem causar no ambiente, comunidade ou contexto onde estão inseridos. São efeitos externos causados sobre terceiros, que não são partes interessadas e não possuem relação com a empresa ou projeto.

O conceito de externalidade originou-se na microeconomia, primariamente para análises financeiras e de investimentos. Mas, seus efeitos podem ser observados em várias áreas como meio ambiente, política, gestão pública e privada, direito etc. Os efeitos gerados pelas organizações e projetos que vão além de seus clientes ou envolvidos diretos é uma externalidade. Ela pode ser positiva ou negativa.

Externalidades Positivas

Bolas Emojis penduradas com caras tristes, empurrando outra bola com cara feliz, representando a externalidade positiva

A execução de um projeto ou a simples existência de uma organização com suas atividades diárias podem gerar efeitos positivos não planejados. São benefícios para outras empresas, meio ambiente, população etc. ocasionados de forma não intencional ou como resultado residual das ações principais.

Externalidade positiva acontece quando um projeto ou atividade proporciona ganhos indiretos, produzindo um resultado benéfico para terceiros.

A revitalização de um centro histórico, por exemplo, é um tipo de projeto frequentemente observado em contextos políticos. Podem ser pagos com verba pública ou financiados totalmente ou parcialmente por iniciativas privadas. O objetivo principal sempre é resgatar a história daquela região e propiciar melhores condições aos moradores e comerciantes locais.

Porém, a nova condição desta área pode provocar muitos efeitos positivos, que vão além dos apreciados pelos diretamente beneficiados. Moradores de outras regiões podem enxergar neste local uma nova opção de passeio para conhecer melhor a história da cidade. O fluxo turístico pode ampliar as oportunidades de negócios para comerciantes locais, mas também propiciar novos empreendimentos. O aumento da renda com os novos negócios gera ainda mais consumo e também impostos, que poderão financiar outros projetos.

 




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Externalidades Negativas

Bolas Emojis penduradas com caras felizes empurrando outra bola com cara triste, simbolizando a externalidade negativa

Mas nem tudo é alegria quando o assunto é o efeito indireto que um projeto ou negócio pode provocar. A externalidade normalmente é incontrolável e, quando negativa, o que se deve fazer é minimizar o impacto ocasionado.

Externalidade negativa se dá quando um projeto ou atividade causa prejuízos indiretos, produzindo um resultado maléfico para terceiros.

Prejuízos, desconfortos, transtornos ou outras situações adversas podem até ser gerados de forma não intencional para terceiros. Mas isso não quer dizer que não devam ser tratados pelos projetos e empreendimentos. Uma externalidade pode causar impactos negativos tão grandes em uma região a ponto da população se rebelar, inviabilizando a execução do projeto. Da mesma forma, uma organização pode causar estragos no meio ambiente a ponto do governo aplicar sanções severas, podendo até encerrar sua operação.

As externalidades negativas decorrentes da poluição e da contaminação do meio ambiente, por exemplo, são tratadas pela legislação brasileira. O decreto de lei nº 1. 413, por exemplo, aponta medidas para o bem estar, saúde e segurança da população. Toda empresa instalada ou a se instalar em território nacional deve prevenir ou corrigir qualquer inconveniente ou prejuízo neste sentido.

No artigo “Incluindo requisitos de sustentabilidade nos projetos” eu afirmei que preocupações socioambientais podem garantir o sucesso de uma organização. Isso acontece porque a consciência ecológica nos consumidores vem orientando cada vez mais as decisões de consumo.

Outras externalidades também são amparadas legalmente obrigando as empresas a tomarem providências preventivas ou corretivas em determinadas situações. Mas isso não é tudo, pois há muitos impactos negativos não amparados por regulamentações, alguns até provocados por obras públicas.

Por exemplo, na construção de uma estrada, quando a empreiteira não mantem o entorno em boas condições de uso. Normalmente alegam que tudo será corrigido após a obra, porque durante a execução vai danificar novamente e assim por diante. Isso não é desculpa pois os moradores da região não necessariamente irão se beneficiar da estrada. Na maioria das vezes é justamente o contrário, com os moradores impactados tanto pelos prejuízos futuros, quanto pelos transtornos imediatos.

 

 

Uma questão de imagem

Toda organização deve prezar por sua imagem perante a sociedade. Isso traz bons frutos e visibilidade, revertendo normalmente em benefícios comerciais.

É comum vermos empresas gastando rios de dinheiro em campanhas milionárias apenas para conquistar espaço na memória e no coração de seu público alvo. Como resultado, essas pessoas, quando vão às compras, lembram das empresas que as cativaram e adquirem seus produtos e serviços.

Mas frequentemente essas mesmas organizações acabam com suas imagens arranhadas por notícias provocadas por efeitos negativos decorrentes de suas atividades. Portanto, tratar as externalidades pode ser uma questão vital para a lucratividade e sobrevivência de uma organização.

As externalidades positivas provocadas pelos projetos ou negócios podem muito bem ser aproveitadas para ampliar a imagem da organização. Campanhas publicitárias podem aproveitar esse efeito para captar um público que normalmente não é um interessado direto.

As externalidades negativas são sempre muito nocivas à imagem de qualquer organização, principalmente quando tornam-se públicas sem qualquer ação prévia. O ideal é que os efeitos negativos, quando inevitáveis, sejam acompanhados de tratativas organizadas para minimizar seus efeitos. Essas tratativas sim podem ser aproveitadas institucionalmente, evidenciando os esforços para que os impactos sejam o menor possível. Esta ação pode não melhorar a imagem da organização, mas pelo menos vai deixar evidente sua preocupação evitando maiores desgastes.

As externalidades e a execução dos projetos

Todo projeto provoca externalidades, ou efeitos no ambiente onde é realizado.

Durante a execução podem ocorrer efeitos não esperados ou planejados, no ambiente ou em pessoas e organizações não diretamente envolvidas. Esses efeitos podem até ser positivos, mas na maioria das vezes os mais percebidos são os negativos.

Se as externalidades negativas puderem ser previstas, então ações devem ser planejadas para minimizar seus efeitos e diminuir os riscos do projeto. Lembrando que dependendo da externalidade, pessoas e organizações que nem seriam stakeholders do projeto podem se tornar fortes interessados. Assim, o projeto pode passar a ser ameaçado por reações adversas que nem tinham sido mapeadas como riscos.

Mas, como escrevi em meu artigo “Gestão Integrada de projetos, portfólios e negócios”, é muito importante pensar de forma sistêmica. Novas ações demandam recursos, que representam custos, que precisam ser alocados ou adquiridos e assim por diante. Além disso essas ações podem representar novos riscos, que precisam ser gerenciados.

Já as externalidades positivas, como são efeitos secundários não planejados, não representam custo adicional para o projeto. Portanto, a melhor maneira de lidar com elas é através da comunicação, evidenciando os benefícios e colhendo os frutos gratuitos.

As externalidades e os produtos dos projetos

Mas as externalidades podem acontecer também após a finalização do projeto, quando o produto ou serviço é disponibilizado. Os efeitos negativos previsíveis já deveriam ter sido tratados no escopo do projeto, com requisitos  específicos para essa questão.

Caso não tenham sido previstas ou para as externalidades realmente inesperadas, ações serão demandadas para resolver ou minimizar o problema. Na primeira situação, os custos dessas ações podem ser cobertos por sobra de reserva de contingência do projeto. Na segunda situação, podem ser custeados pela reserva administrativa, aquela que não faz parte do custo do projeto. Caso essa reserva não exista a organização deverá arcar com as despesas de outra forma.

Em casos extremos, novos projetos podem ser necessários para lidar com efeitos negativos do produto ou serviço do projeto. Esse comportamento é benéfico para a sociedade, mas nem sempre é espontâneo. Tem o nome de internalização das externalidades.

Agora quero saber sua opinião

Como a sua organização lida com as externalidades?

Há alguma preocupação sobre esse assunto ou simplesmente tratam os efeitos quando eles aparecem?

Compartilhe sua opinião deixando seu comentário.

Bons Projetos e bons negócios!

Paulo Mei

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4 Comentários

  1. JANE DE JESUS CHAGAS disse:

    As externalidades são falhas de mercado.
    As externalidades podem ter efeitos positivos ou negativos, isto é, podem representar um custo para a sociedade, ou podem gerar benefícios à mesma. Um exemplo típico de externalidade negativa é a da fábrica que polui o ar, afetando a comunidade.
    Parabéns por mais um tema abordado.
    Sucessos

  2. Ótimo artigo, parabéns! Acredito que uma forma de mitigar as EXTERNALIDADES NEGATIVAS, possa ser feita através do mapeamento e gestão dos possíveis RISCOS e IMPACTOS previstos na disciplina de Change Management

    • Paulo Mei disse:

      Isso mesmo Antônio. Essa é uma das formas quando as externalidades são decorrentes de suposições, ou seja, riscos. Mas há aquelas que são certas também. Essas precisam ser tratadas com ações (tarefas) com recursos e prazos de execução, para que os impactos não cheguem a comprometer o projeto. Quais são as principais externalidades dos projetos que você participa? Abraço.

  3. Jane disse:

    Excelente vídeo,
    Parabéns pelo conteúdo, pelas aulas, didática excelente,
    sem vícios. Estou aprendendo muito.
    Obrigado por ter disponibilizado de maneira gratuita.
    Boa sorte!!!

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