Sucesso ou Fracasso? Uma questão de maturidade.

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Olá, como vai? Você já ouviu falar sobre a Pesquisa de Maturidade em Gerenciamento de Projetos do colega Darci Prado? Ela é baseada no modelo de maturidade MPCM (Maturity by Project Category Model) e é realizada em nível nacional a cada 2 anos desde 2005. Além de trazer dados importantes sobre a nível de qualidade e sucesso no gerenciamento segmentados por categorias de projetos a pesquisa também é segmentada por estado e por tipo de organização, proporcionando um mapa preciso de desempenho em projetos.

Eu acompanho essa pesquisa desde a edição de 2010 e já palestrei duas vezes com o Darci Prado, traçando um paralelo entre o resultado de sua pesquisa com o resultado da pesquisa Pulse of the Profession do PMI, que traz dados mundiais. Embora as metodologias e o público pesquisado sejam completamente diferentes, os resultados são muito parecidos, acusando frequentemente um fraco desempenho na gestão de projetos no Brasil e no mundo. Acesse pelo link abaixo minha publicação a respeito da edição anterior (2014) da pesquisa.

A INFLUÊNCIA DA MATURIDADE EM GESTÃO DE PROJETOS NO RESULTADO DE NEGÓCIO DAS ORGANIZAÇÕES

Acompanhar os resultados dessa pesquisa e estudar o próprio desempenho através da avaliação de maturidade por um profissional competente é a chave para as organizações que desejam melhorar seu desempenho e obter melhores resultados com seus projetos. Segundo os resultados da Pesquisa 2017, as organizações que possuem alto desempenho no Gerenciamento de Projetos apresentam quase o dobro de sucesso total quando comparadas com as de baixo desempenho e sofrem muito menos com seu índice de fracasso quase 11 vezes menor que as de baixo desempenho.

Organizações com alto desempenho apresentam o

dobro de sucesso do que as de baixo desempenho

Como os projetos são ferramentas de transformação nas organizações, a falta de maturidade ocasionada pela carência de profissionais qualificados, de metodologias consolidadas, de ambiente propício e de ferramentas adequadas pode influenciar os resultados de negócio de uma organização, corroendo seus investimentos e colocando em risco as decisões estratégicas. O baixo desempenho da gestão de projetos pode ser medido em termos de desperdício de tempo e dinheiro nas organizações despreparadas para lidarem com seus empreendimentos. A redução desse desperdício pode ser encarada como o RETORNO fazendo frente ao INVESTIMENTO com treinamentos, capacitações, implantação de metodologia, certificações, e implantação e custeio do escritório de projetos, permitindo às organizações calcularem o ROI referente a sua busca pela maturidade em gerenciamento de projetos.

A redução do desperdício faz frente aos investimentos na

maturidade gerencial, propiciando o cálculo do ROI.

Embora na cabeça dos altos executivos ainda pareça haver dúvidas quanto aos benefícios gerados pelos investimentos em busca da maturidade adequada, os resultados da Pesquisa 2017 apontam o quanto as organizações menos maduras estão perdendo em seus empreendimentos, além das perdas não medidas por esta pesquisa com as estratégias não realizadas ou realizadas parcialmente ou tardiamente pelos projetos conduzidos de forma inadequada.

A pesquisa recente contou com 301 respostas, frente às 415 da versão anterior. Esse fato já é bastante representativo da situação econômica em que vivemos, com baixo nível de investimentos, quase nenhum desenvolvimento e consequentemente poucos projetos. A coleta de dados teve que ser estendida em um ano pois ao final de 2016, quando seria o fechamento original da pesquisa pelo regime bianual, o volume de projetos cancelados, escritórios de projetos desmantelados e gerentes de projetos demitidos era tão alto que não permitiu a obtenção de uma quantidade de informação significativa para a análise. A recessão econômica reflete diretamente no nível médio de maturidade, que está estagnado em torno de 2,6 (em uma escala de 1 a 5) desde 2008.

Das 301 organizações analisadas, apenas 14% podem ser consideradas de alto desempenho. Ou seja, apenas 42 atingiram a excelência na condução de suas estratégias, ou de seus projetos.

Apenas 14% das organizações pesquisadas apresentaram

alto desempenho na gestão de projetos.

O fato é que o processo de maturidade é demorado, o que muitas vezes causa apreensão nos altos executivos e desistências pelo meio do caminho até por falta de conhecimento do processo todo. Estima-se que o tempo médio necessário para se atingir um nível adequando de maturidade seja entre 3 e 5 anos, dependendo do nível de partida e do objetivo desejado. Especialistas como Harold Kerzner consideram 7 anos como o tempo adequando para se atingir o nível máximo de maturidade, porem isso varia de empresa para empresa e da meta estabelecida. Por isso é fundamental uma avaliação profissional para se determinar um plano adequado para cada organização.

Alguns fatores são fundamentais para que a evolução ocorra e precisam estar presentes desde o início para que o investimento dê resultado. São eles:

  • Apoio da alta administração (Patrocínio)
  • Excelente condução da implementação e evolução (Liderança)
  • Uso de boas práticas (Processos, ferramentas e organização),
  • Escolha adequado dos envolvidos (Recursos)
  • Criação de uma cultura favorável à boa gestão (Ambiente)

Embora a maturidade média esteja estagnada em torno de 2,6 existe uma forte dispersão de valores representando diferenças regionais, mas também a presença de organizações benchmark com alto desempenho, em contraponto com outras menos preparadas. Junto às 42 organizações de alto desempenho (14%), foram detectadas 90 de médio desempenho (30%) e 169 de baixo desempenho (56%).

O baixo desempenho corresponde aos níveis 1 e 2 de maturidade. Para as organizações nesse patamar o Gerenciamento de Projetos é assunto quase desconhecido. Quando muito há iniciativas isoladas. Para 56% das organizações participantes desta pesquisa, os resultados do gerenciamento de projetos estão muito aquém do desejado.

Leia mais no artigo “Gestão de projetos – Como descomplicar para obter melhores resultados”.

O médio desempenho corresponde ao nível 3 de maturidade. As organizações nesse nível já implantaram padrões, mas os resultados ainda estão abaixo do possível. 30% das organizações pesquisadas estão nesse nível. Apesar de alguma melhoria nos resultados, ainda não possuem pleno domínio do trabalho.

Já as organizações com alto desempenho estão no nível 4 e 5 de maturidade. Os padrões forma implantados e otimizados. Funcionam bem e trazem resultados. 14% das organizações pesquisadas estão nesse patamar de excelência, sendo reconhecidas como benchmark.

Os reflexos mais imediatos da falta de maturidade em gerenciamento de projetos e que também são os mais sensíveis do ponto de vista dos altos executivos dizem respeito aos atrasos, custos adicionais e à não entrega ou entrega parcial do escopo prometido.

Atraso Médio: Uma organização de alto desempenho apresenta atraso médio muito menor do que as demais, conforme apresentado na figura abaixo.

Gráfico Atraso Médio

Desvio de custos: O estouro de custos nos projetos realizados nas organizações de alto desempenho também é muito menor do que os apresentados nas organizações de médio e baixo desempenho, conforme a figura abaixo.

Gráfico desvio de custo

Quanto ao escopo planejado, as organizações com alto desempenho conseguem entregar muito mais do que as organizações de baixo desempenho.

Gráfico execução de escopo

Quer saber mais detalhes da pesquisa? Acesse o link baixo e acompanhe todos os resultados. Veja também meus comentários nos resultados segmentados para o Estado de São Paulo.

MPCM – Maturity by Project Category Model 2017

Você costuma avaliar periodicamente a maturidade em gestão de projetos de sua empresa? Quais atividades você considera mais importantes para aumentar ou manter a maturidade organizacional?

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Bons Projetos!

Paulo Mei

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