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Olá, como vai? Vez por outra alguma prática antiga aparecem com nova roupagem e as vezes com novos nomes, mais chamativos. E isso é bom! Sim, pois ajuda a recuperar coisas boas do passado que podem ter sido esquecidas, entrado em desuso por preconceito ou uma nova moda, ou mesmo morrido de forma prematura com o passar das gerações. Uma dessas práticas atende pelo novo nome de Mindfullness, que nada mais é do que o “Foco”. Famoso, comentado e, tenho certeza, citado por todos os pais de adolescentes.

Um estudo da Universidade de Harvard denominado A Wandering Mind Is an Unhappy Mind, de Matthew A. Killingsworth e Daniel T. Gilbert concluiu que em quase a metade do nosso tempo (46,9%), nós não estamos prestando atenção no que estamos fazendo. O estudo se concentra no estado de felicidade (ou não) provocada por essa característica inata ao ser humano e que consiste em um estágio evolutivo de poder se concentrar em eventos passados, futuros ou mesmo naqueles que nem irão acontecer, comportamento que não se apresenta em nenhum outro animal. Este estado mental é chamado no estudo de mind wandering ou devaneio em português, que embora seja aceito como fundamental para o ser humano aprender, raciocinar e planejar, é justamente o oposto de mindfullness ou atenção plena em português, ambas em tradução livre.

Os seres humanos passam muito tempo pensando em

coisas que não estão acontecendo ao seu redor  

Mas será que este estado contemplativo, proporcionado pelos devaneios em nosso dia a dia são bons ou ruins? Não vamos nesse texto explorar a felicidade ou infelicidade que possam ser provocadas por este estado mental, pois isso o estudo de Harvard já fez muito bem. Vamos ao invés disto tentar explorar como os momentos de devaneios e os de atenção podem interferir na atividade profissional e como tirar o máximo proveito de cada um deles.

O primeiro passo é ter consciência desses estados mentais e aceitar que ambos fazem parte de nossas vidas e podem ser úteis, cada qual em seu momento, desde que aplicados conscientemente.

Tanto os momentos de devaneio quanto os de atenção plena

podem ser úteis profissionalmente.

Como o próprio estudo de Harvard já sugere, os devaneios são extremamente uteis para o aprendizado, raciocínio e planejamento. A capacidade de concentrar-se no futuro ou em possíveis soluções para situações passadas ou presentes é a mola propulsora por trás dos avanços da humanidade. Nesse sentido a gestão de um modo geral, e dos projetos especificamente, são beneficiadas por este estado mental contemplativo, proporcionando soluções para os problemas, antecipações de situações futuras e lembranças dos aprendizados passados, indispensáveis para um bom planejamento. Nesse momento do projeto quanto maior for a capacidade do gerente e sua equipe de se distanciar dos problemas do dia a dia para incorporar soluções para as situações que ainda irão acontecer durante a execução, tanto melhor e consistente será o plano, permitindo a tomada antecipada de decisões e a definição dos recursos adequados, bem como dos tempos e investimentos necessários para a conclusão do projeto e entrega do produto ou serviço de forma eficiente e prontos para produzir os resultados esperados.

Os devaneios são extremamente úteis para o

aprendizado, raciocínio e planejamento.

Mas se os devaneios ou simplesmente a capacidade de se abstrair do presente e se posicionar no futuro é uma habilidade fundamental para o planejamento, para a execução e para as atividades do dia a dia pode ser que o foco e a estabilidade da atenção sejam os fatores mais importantes de desempenho. Nesse ponto entra em cena o mindfulness. Segundo Alexandre Lunardelli que é sócio fundador da Academia de Mindfulness, esse estado mental pode ser definido como a habilidade de estar presente, ou seja, de colocamos nossa atenção para a realidade assim como ela se apresenta. Segundo ele a concentração obtida nesse estado mental pode ser adquirida, melhorada ou ampliada através de um tipo de meditação, diferente de outras mais ligadas às diferentes tradições espirituais como a Ioga, Budismo ou mesmo o Cristianismo, muito presente em nosso país. Como a essência da meditação é a prática da concentração, independente de religião, crença ou espiritualidade, o mindifulness também pode ser considerado um tipo de meditação, que se baseia fundamentalmente na respiração e no domínio do próprio corpo.

Foco e a estabilidade da atenção são os fatores mais

importantes para as atividades cotidianas

A concentração através da meditação pode ser obtida através de práticas formais com técnicas específicas que podem ser melhor explicadas por bons profissionais dessa área. Mas as atividades cotidianas, quando praticadas conscientemente, com atenção e colocando nossa presença naquilo que estamos fazendo, pode contribuir e muito para nossa concentração. A simples adoção de algumas práticas, que não são novas, mas que muitas vezes são desprezadas em nome de um comportamento multitarefa, pode fazer a diferença entre o sucesso e o fracasso no ambiente de trabalho. Esse tipo de comportamento é mais presente nas gerações mais novas, que acham que podem estudar, ouvir música, jogar videogame e teclar nas redes sociais tudo ao mesmo tempo e com excelente desempenho em tudo. Essa característica multitarefa na verdade não existe. Pelo menos é o que dizem os neurocientistas através de estudos, e o que demonstram os ambientes profissionais, através de resultados. Embora mais nítido nos jovens pelo comportamento explícito descrito acima, todos os profissionais padecem em maior ou menor escala de algum tipo de distração que rouba sua concentração e mina o desempenho em suas tarefas cotidianas. Notem que não estamos falando da distração saudável e necessária para a nossa porção planejadora e desenvolvedora, mas sim da concentração necessária para nossas funções mais cotidianas.

Vou citar a seguir algumas boas práticas para melhorar a concentração e o foco nas atividades cotidianas que, como já disse não são novas, e foram compiladas ao longo de minha vida profissional.

  1. Entenda e aceite definitivamente que não somos eficientes no modo multitarefa. Exercite o foco colocando a atenção total naquilo que estiver fazendo.
  2. Aprenda algum método para priorizar suas atividades, para que você não corra risco de colocar toda sua atenção em algo que não seja realmente útil naquele momento.
  3. Não se distraia com a tarefa seguinte. A falta de concentração prejudica o que está fazendo AGORA e não melhora aquilo que ainda tem a fazer no FUTURO.
  4. Utilize adequadamente os recursos tecnológicos. Defina em que momento e quanto tempo você irá se dedicar a responder e-mails e outros tipos de mensagens eletrônicas e simplesmente se desligue quando o assunto exigir concentração.
  5. Distribua tarefas que exijam concentração, devaneios e tempos de descanso e conectividade ao longo do dia. Nosso cérebro não está preparado para longos períodos com a mesma atividade.

Muitos outros itens podem ser acrescentados a esta lista. Há muitos estudos sobre esse assunto pois tratam justamente sobre como as organizações encaram a eficiência de seus colaboradores. Mas infelizmente o mesmo não se pode dizer sobre os devaneios. Ao que parece as mesmas organizações ainda tratam como vilão esse importante estado mental que tanto tem contribuído para o desenvolvimento de nossa sociedade.

E você, como faz para manter sua concentração nas atividades diárias? E quais são suas técnicas para o uso consciente dos momentos de devaneios?

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Bons Projetos!

Paulo Mei

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1 Comentário

  1. this post disse:

    I like the report

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