O conceito de sustentabilidade sempre esteve presente no contexto organizacional. Mais recentemente gestores e clientes começaram a incluir também a sustentabilidade nos projetos.
O termo “sustentabilidade” vem de “sustentável”. Este, por sua vez, deriva do latim sustentare, que significa sustentar, defender, favorecer, apoiar, conservar e/ou cuidar. Portanto, segundo os dicionários, sustentabilidade é apenas uma característica ou condição de permanência por um determinado prazo.
Por isso, nas organizações, ser sustentável é manter a longevidade de um empreendimento lucrativo. É se estabelecer por mais tempo entre as empresas mais competitivas, do ponto de vista do ambiente organizacional. É ser reconhecida constantemente como uma das melhores empresas para se trabalhar, etc. Esses são apenas alguns exemplos de sustentabilidade do ponto de vista organizacional ou gerencia. Englobam principalmente a geração de lucro através da realização de projetos economicamente viáveis.
Em meu post Resultado de Negócio – Indo além das entregas do projeto eu falo da sustentabilidade nos projetos, considerando a geração contínua de benefícios para as organizações envolvidas, garantindo que o produto do projeto continue criando valor para as organizações mesmo depois da entrega final.
Mais recentemente o conceito de sustentabilidade foi adotado em defesa do meio ambiente, definindo o princípio segundo o qual o uso dos recursos naturais para a satisfação de necessidades presentes não pode comprometer a satisfação das necessidades das gerações futuras.
A degradação do meio ambiente e a poluição foram os temas centrais da primeira conferência sobre sustentabilidade realizada pela ONU. Aconteceu em Estocolmo em junho de 1972, e foi denominada Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano.
Depois disso, várias reuniões e decisões se seguiram, sempre com a crescente preocupação quanto à utilização dos recursos naturais, a substituição de recursos não renováveis e a redução do combustível fóssil, as principais foram:
Vários acordos e documentos resultaram dessas conferências e reuniões, como a Agenda 21 que visa promover o desenvolvimento sustentável, aceitando a importância do desenvolvimento econômico desde que não às custas da exploração descontroladas dos recursos naturais.
Todo projeto é um empreendimento, demandando investimento para sua realização. Normalmente o investimento é em dinheiro. Mas também pode ser em tempo (que é dinheiro) ou alocação de recursos (que também custa dinheiro). Outros itens também podem ser demandados, mas que na maioria das vezes podem ser facilmente traduzidos para valores monetários. O investidor pode ser uma pessoa, um grupo, uma empresa ou um consórcio de empresas. A contrapartida geralmente é o retorno financeiro sobre esse investimento. Mesmo em projetos sociais, o investimento deve retornar de alguma forma para o investidor, para que o mesmo possa continuar realizando projetos sociais de forma contínua, ou seja, de forma sustentável. Eu explico este conceito em meu post Viabilidade Econômica de Projetos – onde abordo a viabilidade econômico financeira para projetos e empreendimentos e como calcular o retorno financeiro frente a um investimento.
O levantamento do investimento inicial necessário para a execução de um determinado projeto é, talvez, a parte mais fácil do cálculo. Estimativas de custo de materiais, máquinas, equipamentos, recursos humanos capacitados e financiamentos são facilmente levantadas com base nas quantidades necessárias desses recursos para a execução do projeto.
Para calcular a viabilidade desse investimento, ou seja, a capacidade que o projeto tem de retornar o capital investido com vantagens, é preciso saber a lucratividade que esse empreendimento irá gerar, que é a diferença entre as receitas e as despesas futuras.
O cálculo das despesas futuras também é relativamente simples, embora com algumas possíveis incertezas de ordem econômica. São os custos dos recursos operacionais, insumos, água, luz, combustível, alugueis etc. Esses itens são necessários para comercializar ou operacionalizar o produto do projeto após a sua realização.
O maior problema para se calcular a viabilidade econômica de um projeto está no cálculo das expectativas futuras de receitas. Estas dependem do consumo e demanda dos produtos gerados pelos consumidores e também possuem influencias de ordem econômica, como renda disponível na população, índice de desemprego, taxa de câmbio etc. Mas também tem uma forte pressão de concorrentes e de grupos de interesse.
É justamente aqui que entram as questões de sustentabilidade socioambientais. Todo o movimento gerado a partir da Conferência de Estocolmo na década de 70 criou uma consciência ecológica nos consumidores. Isso vem orientando sobre qual produto consumir e de que empresa. Desde a rejeição de couro animal até a abominação de canudos plásticos, o olhar crítico do consumidor ecologicamente formado dita qual produto pode ser consumido, em qual quantidade e como deve ser descartado.
Portanto incluir aspectos de sustentabilidade socioambiental em um produto ou serviço pode ser a diferença entre o sucesso e a falência de uma organização. Isso se faz através dos projetos, acrescentando requisitos que deverão ser produzidos para entregar as características que possam ser percebidas como diferencial para o público consumidor, cada vez mais atento a essas questões.
Como afirmei em meu post “Gestão de projetos – Como descomplicar para obter melhores resultados”, A demanda mundial crescente por alimentos e bens de consumo conflita com as necessidades de sustentabilidade. As estratégias precisam ser pensadas para aproveitar o potencial econômico sem ameaçar o futuro da humanidade.
Como sua organização trata as questões ambientais em seus projetos? O produto ou serviço dos seus projetos carregam requisitos de sustentabilidade socioambiental, ou eles visam apenas o lucro imediato?
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Bons Projetos!
Paulo Mei
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Veja mais sobre projeto e sustentabilidade em https://youtu.be/JOL46RNK51w